sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Praça Brigadeiro Sampaio











O jardim dos poetas provincianos

No início do Século 20, um canto de Porto Alegre foi tomado por um grupo de intelectuais gaúchos. O local, chamado de Praça da Harmonia, era o ponto de encontro preferido de escritores como Alceu Wamosy, Eduardo Guimarães e Alcides Maya. No imaginário do povo, todavia, o local era tido como assombrado. Foi sob a inspiração macabra do jardim dos poetas que parte da obra desses escritores foi concebida.

O imaginário popular tinha razão para ter a praça da Harmonia como assombrada.
Já no início da história da cidade, os açorianos fizeram na área um pequeno cemitério. Também próximo à praça, no início do século 19, havia uma forca, onde os condenados à morte davam seu último suspiro. Na cabeça dos fantasiosos, os fantasmas dos penalizados rondavam à cercania do Largo da Forca durante à noite.

“Almas penadas emergem das tumbas pedindo oração. Depois que o sol se afunda atrás das ilhas, ninguém ousa caminhar naquela área onde os colonizadores açorianos enterravam seus mortos”. (Rafael Guimaraens, Rua da Praia: um passeio no tempo)
Imagem de Virgilio Calegari, retirada de ronaldofotografia.blogspot.com.br

A importância histórica da praça vai muito além do que a fama de assombrada. Foi naquele ponto que os açorianos atracaram para entrar pela primeira vez em Porto Alegre. Como a praça, à época chamada de Praça do Arsenal, ficava junto à praia também do Arsenal, foi por ali que os portugueses começaram a construir a história da leal e valerosa cidade, em 1752.

Vinte anos mais tarde, quando José Marcelino de Figueiredo transferiu a capital da capitania de Viamão para Porto Alegre, instalou junto a praça do Arsenal a sede provisória do governo. Com o crescimento da cidade para os locais onde hoje estão a praça da Matriz e o Paço Municipal, a ponta do Arsenal foi se degradando.

Embora tenha acontecido tentativas de revitalização ao longo do século 19, somente em 1866, que o local realmente recebeu as melhorias para se tornar um espaço de lazer para os porto alegrenses. Na ocasião, o vereador Martins de Lima mandou plantar 94 árvores na área, que já abrigava um cais. Dez anos mais tarde, até o funcionamento de um rinque de patinação já havia sido liberado pela Câmara Municipal.


Imagem retirada de http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/
10183/9256/Rg3743.jpg?sequence=1

“Porto Alegre tem, enfim, o seu point democrático, que arrasta multidões de todas as classes, aos finais de tarde, para apreciar o pôr do sol, bebendo chope com acepipes, enquanto os mais jovens deslizavam no skating rink”, comenta Rafael Guimaraens, no Rua da Praia: um passeio no tempo (Libretos, 2010).


"Era lá, á sobra de uma paineira, a improvisada redação do jornal O Século, do estouvado moço-fidalgo Miguel de Werna e de seu companheiro de charges, o João Gonçalves, ambos se inspirando em despistadoras rodas de chimarrão (ao invés de água, cachaça)". Nilo Ruschel, em Rua da Praia (Editora da Cidade, 2009).

Imagem de L.Terragno, retirada de
ronaldofotografia.blogspot.com.br
A crença de praça macabra fora esquecida pela população. Pelo menos durante o dia. À noite, só os escritores mesmo frequentavam o local.

Com a obra de construção do Cais do Porto, a partir da segunda secada do século 20, o local tornou-se canteiro de obras. Instalações do Exército e repartições do governo do estado também passaram à ocupar a área. A nova revitalização aconteceu somente em 1960, mas já sem o charme de outrora, como registra Sérgio da Costa Franco, no seu Porto Alegre: Guia Histórico (Ufrgs Editora, 4ª edição, 2006). “A nova encarnação não restaurou a beleza da velha praça que, no final do século 19 e princípio do século 20, fora recanto poético da cidade. Ela foi o jardim dos poetas provincianos”.



Os nomes com os quais a praça foi batizada ao longo de sua história

  • Largo da Forca
  • Praça do Arsenal
  • Praça da Harmonia (1855)
  • Praça Martins Lima (1878)
  • Praça 3 de Outubro (1930)
  • Praça Brigadeiro Sampaio (desde 1965)

                                                                                                                                                                                              
Quem eram os escritores que frequentavam a praça na virada do século

  • Alceu Wamosy
  • Alcides Maya
  • Álvaro Moreyra
  • De Souza Júnior
  • Dyonélio Machado
  • Eduardo Guimaraens
  • Felipe d’Oliveira
  • Homero Prates
  • Mansueto Bernardi
  • Marcelo Gama
                                                                                                              

Local de inspiração para tantos poemas, a praça não poderia deixar de ser homenageada saudosos versos.

Ela foi o jardim dos poetas provincianos
- a velha Praça da Harmonia,
- rodeada de frades de pedra, alumiada de lampiões a gás,
debaixo das paineiras, com estátuas de louça à beira das aléias e bancos,
sob a fronde amorosa das tílias...

O Álvaro, o Felipe, o Dionélio, o Eduardo,
O Wamosy, o De Souza... andaram por ali...

Eles liam Samain, Rodenbach, Verlaine...

Ao fundo, junto ao plinto e ao gradil da amurada,
o Guaíba embalava, às vezes, um veleiro...

E a noite camarada e cheirosa de orvalho
Acordava violões, nas esquinas, cantando...

Que é dos poetas que, um dia, ó velha praça morta,
embriagaste com o filtro amável dos teus luares,
das tuas sombras cariciosas,
dos teus silêncios confidentes?...

Athos Damasceno Ferreira, em Poemas da minha cidade (1936)

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Edifício Herrmann ganha vida


Foto: fadergs.edu.br
Grande iniciativa da Federgs de utilizar o antigo edifício Herrmann para instalar suas salas de aula. O prédio vinha se deteriorando desde que a Vasp desocupou o local em 2005 e dava pena de ver aquele grandioso ícone arquitetônico de Porto Alegre abandonado.

Lembro, há cerca de dois anos, de assistir uma cena deprimente. Parte dos belos ornamentos das sacadas despencarem Rua da Praia a baixo. O trecho da via teve que ser interditado na ocasião. Sem falar nas pichações que cobriam a fachada do edifício.

Vale ressaltar, todavia, que a Panvel, já no final do ano passado reformou o térreo do prédio para instalar uma filial das suas farmácias, tirando aparência de abandono do local.

Somado as duas iniciativas, quem ganha é a cidade, que tem mais um prédio histórico ganhando vida. Se os empresários e o próprio governo se conscientizassem da importância que a revitalização de um prédio histórico têm, Porto Alegre poderia ganhar o charme de tantas outras cidades que valorização seu patrimônio histórico e arquitetônico.

Para saber mais, clique aqui.

terça-feira, 4 de setembro de 2012


Autoritarismo

Athur de Faria lembra, no seu História da Música de Porto Alegre (publicado em capítulos no Sul 21), um fato curioso sobre a política do nosso estado. No capítulo que resgata a história do músico Octávio Dutra, o autor transcreve uma carta publicada no jornal A Época, que denunciava o autoritarismo castilhista.
O sr. Ubaldo Porto foi demitido, já dissemos, por ter votado no dr. Fernando Abbott: e o seu substituto foi escolhido, com o maior desrespeito aos direitos adquiridos dos candidatos classificados, (…) simplesmente por ter votado abertamente no novo dictador do Rio Grande. Na vaga aberta com a demissão (…) foi nomeado Octavio Dutra, que não havia feito concurso.

Octavio Dutra não teria assumido o cargo, mas o fato demonstra com exatidão como era a política gaúcha nos tempos de Júlio de Castilhos e Borges de Medeiros.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Coruja nasceu em Porto Alegre,
em 31 de agosto de 1806
Coruja: pioneiro nas pesquisas da História do RS

Este blog homenageia essa figura ímpar da nossa história com o nome Antigualha, variação do seu famoso trabalho Antigualhas

Mais um dia de frio em Porto Alegre. Mais uma aula de latim do Padre Thomé. O pequeno Antônio saiu de casa encolhido sob o novo casaco que ganhara para o seu primeiro dia na classe. Quando o jovem entrou na sala, um colega não perdeu a oportunidade de fazer chacota. “Parece uma coruja”, sentenciou, apontando para Antônio que envergava seu novo agasalho num tom que ele mesmo descreve como de burro quando foge. Daquele dia em diante, para os colegas, Antônio, passou a ser o Coruja.

Esta é a história que da origem ao apelido do ilustre porto alegrense Antônio Álvares Pereira.

Com o apelido agregado ao nome, Antônio inseriu-se na história da capital gaúcha. Oficializou o Antônio Álvares Pereira Coruja, inclusive, tendo sido adotado também pelo seu irmão.

E a alcunha não foi a única herança que levou da aula do Padre Thomé. Embora estudasse para seguiu a carreira eclesiástica, como queria a família, Coruja preferiu seguir os passos do mestre em outro ramo: o magistério. Foi lecionando tanto no ensino público como privado, que conseguiu atingir grande prestígio na cidade.

Aproveitando a boa reputação adquirida na sociedade porto alegrense, candidatou-se a uma vaga na Assembleia Provincial, em 1835. Terminado o pleito como suplente, logo foi alçado a uma cadeira no parlamento gaúcho.

O cenário político do Rio Grande estava agitado naqueles dias em que Coruja começou a exercer o mandato como deputado. O grupo de estancieiros liderado por Bento Gonçalves reclamava dos tributos cobrados pelo Império na produção do charque e, em consequência dessa reivindicação, estourou a Revolução Farroupilha. Coruja, por questão de justiça, posicionou-se ao lado dos revoltosos, o que lhe custaria caro. Com a vitória imperial em Porto Alegre, teve que deixar a cidade.

No Rio de Janeiro, Coruja voltou a fazer aquilo que melhor sabia: ensinar. Fundou o Liceu Minerva, que lhe rendeu boa fortuna. Os bons resultados do seu colégio o impulsionou a expandir seus negócios. A primeira tentativa foi em 1960, quando tentou abrir uma companhia de seguros mal sucedida. Em 1879, fundou a Caixa Depositária Sociedade Glória do Lavradio. Uma confusão histórica fez com que, por muito tempo, se acreditasse que o gaúcho fosse o fundador da Caixa Econômica Federal. Tal distorção já havia sido esclarecida, mas recentemente um erro da própria Caixa levou o fato à mídia. Na comemoração dos 150 anos do banco federal, divulgou-se não só que o Coruja havia sido o fundador da instituição como mentiram quanto a origem do nome do professor.

E a versão errônea a respeito do apelido Coruja é gerada justamente a partir da falência da Caixa fundada pelo porto alegrense, que jamais teve qualquer ligação com a sesquicentenária Caixa que conhecemos. Quando a sua instituição financeira quebrou, Coruja sentiu tanta vergonha do fracasso a ponto de considerar-se desonesto e não sair mais a rua durante o dia. Tentaram utilizar esse fato como motivo para seu apelido, o que não é verdade, uma vez que o próprio Coruja esclareceu a origem, ao relatar a história do casaco.

Morreu pobre, em 4 de agosto de 1889, tendo passado os últimos anos da sua vida recebendo ajuda de estudantes gaúchos e morando num quarto emprestado. Mesmo assim deixou herança valiosa. Claro que não foi em dinheiro. Tampouco para seu único filho, conhecido por Comendador Coruja Filho, que faleceu antes do pai. O grande legado de Coruja foram seus estudos da história do Rio Grande do Sul, que serviu de impulso para todos os pesquisadores posteriores.

Desde que entrou no Instituto de História e Geografia do Brasil começou suas investigações sobre a nossa história. Utilizou a revista do Instituto para publicar muitos dos seus estudos sobre o tema como, por exemplo, Coleção de vocábulos e frases usadas na província de São Pedro do Rio Grande do Sul e Anno Histórico Sul-Rio-Grandense. Sua publicação mais importante, todavia, foi a seção Antigualhas no antigo Jornal do Comércio, que mais tarde seria editada como livro. As Antigualhas foram fruto da interminável pesquisa de Coruja e resgatou grandes fatos e personagens do Rio Grande do Sul.

Dr. Sebastião Leão, ao escrever sobre Coruja no seu Datas Riograndenses, destaca o pioneirismo do historiador e o homenageia, assinando a obra com o pseudônimo Coruja Filho. “Coruja foi um investigador paciente, um simples cronista apaixonado, e , como tal, deixou publicações esparsas, que serão sempre manuseadas com proveito. Deixou-nos um belo exemplo de dedicação, sendo o primeiro dos seus filhos que lembrou a urgência de ser escrita a história do estado, partindo do princípio de que um povo sem história é uma nacionalidade sem razão de ser na humanidade.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012


Venda aos prantos

Entre os personagens ilustres do passado de Porto Alegre, esteve Maria Chorona. Tratava-se de uma vendedora de balas que insistia aos prantos para que os transeuntes da Rua da Praia comprassem suas guloseimas. E dava certo. O choro da vendedora convencia os porto alegrenses, que sempre a ajudavam.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Aporely e a Globo

Quando deixou Porto Alegre para morar no Rio, Aporely foi à redação do jornal O Globo atrás de emprego. Irineu Marinho (pai de Roberto Marinho), sem conhecê-lo, perguntou de cara:

– O que o senhor veio fazer aqui?


Aporely, que não perdia o senso de humor e sarcasmo, atirou:


– Tudo. De varrer a redação a dirigir o jornal. Creio que não ter haver muita diferença.


Foi contratado na hora

domingo, 19 de agosto de 2012

Ruas antigas

Mais um vídeo da série Conheça sua Cidade, do SBT-RS. Hoje: os nomes antigos das ruas de Porto Alegre.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Há 35 anos (1977) morria em Memphis, Estados Unidos, Elvis Aaron Presley, o Rei do Rock. No vídeo, interpretando Hound Dog. A dança mostra o porquê da alcunha 'Elvis, The Pelvis".

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Indústria


O chocolate mais antigo do Brasil

A Neugebauer foi fundada em Porto Alegre, em 1891

Quando deixou sua pátria em 1888, o confeiteiro alemão Franz Neugebauer tinha o mesmo objetivo que todos os imigrantes europeus que estavam chegando na América: liberdade e oportunidade. Chegou em Porto Alegre num momento em que o Império estava insustentável para Dom Pedro II, tanto que um ano mais tarde foi proclamada a república. Ignorando a turbulência política, o forasteiro encontrou uma brecha onde poderia desenvolver seu trabalho: a indústria do chocolate. Embora o Brasil fosse, já fazia um século, um dos grandes produtores de cacau, não havia sequer uma fábrica de chocolates no país.

Franz - que contava com a ajuda do seu irmão Max - aproveitou então o incentivo do governo gaúcho para a ampliação da indústria local e comprou um prédio para instalar a sede da sua fábrica de chocolates. Já havia também contatado seu outro irmão Ernest e o convenceu a se especializar na Europa antes de vir para o Brasil. Para garantir estabilidade financeira da empresa, os irmãos Neugebauer associaram-se ao amigo Fritz Gerhardt e, em 17 de setembro de 1891, iniciaram as atividades da Neugebauer Irmãos & Gerhardt.

O sucesso exigiu que o negócio fosse expandido e no início do novo século, a Neugebauer já estava instalada na dua tradicional sede do bairro Navegantes. Nesta época, Gerhardt havia deixado a sociedade e com o falecimento de Max e Franz, Ernest assumiu o controle da empresa. Desta forma, a empresa venceu as turbulências econômicas do país de do mundo e atravessou quase todo o século 20 sólida, sob a direção da família Neugebauer. Nos últimos trinta anos, a empresafoi controlada primeiro pelo Grupo Fenícia, passando pela Parmalat, Florestal e atualmente pertence à Vonpar. A marca continua sendo usada e mantém a produção dos tradicionais Amor Carioca, Refeição e Stikadinho.

Abaixo, a evolução da logomarca desde a fundação:


domingo, 12 de agosto de 2012

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Andradas


Ruas de Porto Alegre: nomes e personagens XLIV (final)
Confira, nesta série, a história daquelas pessoas que emprestaram seu nome para batizar as ruas do centro de Porto Alegre

A principal rua de Porto Alegre não homenageia apenas uma, mas três figuras ilustres da história do Brasil. São eles os irmãos José Bonifácio de Andrada e Silva (n.1763), Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva(1773) e Martim Francisco Ribeiro de Andrada (1775). Nascidos em Santos, os três irmãos formaram-se em Coimbra, sendo o primeiro em Direto, Matemática e Filosofia, o segundo em Direito e Filosofia e o outro em Matemática e Filosofia. Foram membros da Assembleia Constituinte e estiveram à frente da luta pela independência.

O empenho de José Bonifácio para separar o Brasil de Portugal foi tamanho que é chamado pelo epíteto ‘Patriarca da Independência’. Auxiliou Dom Pedro a manter a unidade do Império até que rompeu com o monarca brasileiro e foi demitido do Ministério. Exilou-se na França, mas no final do primeiro reinado voltou ao Brasil e, quando Dom Pedro abdicou, tornou-se tutor do futuro imperador. Em 1833 foi demitido pelo governo da Regência. Morreu em 1848, em Niterói. Andrada Machado morreu no Rio, em 1845, e Martim Francisco morreu em Santos, em 1844.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Burro na faculdade

Numa época em que o terreno da Faculdade de Direito de Porto Alegre ainda não era cercado, aconteceu um episódio pitoresco.

Um burro entrou no jardim da academia e estava pastando no local. Um professor, ao ver o animal, chamou o auxiliar:


- Tire logo esse burro daqui, se não, em cinco anos vai receber o diploma e ser bacharel.

domingo, 29 de julho de 2012

Viaduto Otávio Rocha

Obra revolucionária no sistema viário da Porto Alegre do início do século 20, o viaduto Otávio Rocha, também conhecido por Viaduto da Borges, se destaca pela arquitetura.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Loureiro da Silva


Ruas de Porto Alegre: nomes e personagens XLIII
Confira, nesta série, a história daquelas pessoas que emprestaram seu nome para batizar as ruas do centro de Porto Alegre

Quando projetada a avenida Farrapos, Loureiro da Silva foi bastante questionado porque exigia a construção de uma via larga. Para a época, parecia um exagero. Mas Loureiro era um homem a frente do seu tempo e a Farrapos era uma obra para o futuro. Com iniciativas como a construção da Farrapos, que o descendente de Jerônimo de Ornelas se tornou um dos prefeitos mais celebrados de Porto Alegre.

Da sua primeira passagem pelo paço (1937-1943), destacaram-se obras como a coma a abertura das avenidas Salgado Filho e Jerônimo de Ornelas, o ajardinamento do parque Farroupilha, a canalização do arroio dilúvio e a pavimentação da avenida Ipiranga. Na sua segunda administração (1960-1964), não realizou obras tão notáveis, mas cumpriu a missão de sanar as finanças de Porto Alegre.

Nascido em Porto Alegre, em 1902, José Loureiro da Silva era urbanista. Foi prefeito de Gravataí antes de assumir a administração de Porto Alegre. Morreu em 1964, seis meses após deixar a prefeitura, vítima de um derrame cerebral.


Na próxima semana, encerramos a série com o capítulo sobre os irmãos Andradas.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Mandatos relâmpago

Os prefeitos que permaneceram menos tempo no cargo

Publiquei, na semana passada, a lista dos oito prefeitos de Porto Alegre que permaneceram no cargo por mais tempo. Hoje, inverto a ordem. Arrolei os oito governantes que por menos tempo foram prefeitos da capital gaúcha.

José Antônio Aranha mal conheceu o Paço e entregou o cargo com apenas um mês e 15 dias, mas isso porque o vereador era presidente da Câmara e assumiu quando Elyseu Paglioli renunciou. Deixou o cargo logo em seguida para o eleito Ildo Meneghetti.

Outro mandato-relâmpado foi de Renato Souza que só governou por um mês e 26 dias. Ele assumiu a prefeitura na qualidade de presidente da Câmara, mas sua entrada e saído do Paço fez parte das manobras políticas da ditadura.

Confira a lista dos prefeitos que por menos tempo permaneceram no cargo em Porto Alegre desde a criação do cargo.

1. José Antônio Aranha - 1 mês e 15 dias, em 1951
2. Renato Souza - 1 mês e 26 dias em 1965
3. Ludolfo Boehl - 2 meses 10 dias, em 1954
4. Martin Aranha - 2 meses e 29 dias, em 1955
5. Ivo Wolf - 3 meses e 13 dias, em 1945 e 1946
6. Conrado Rigel Ferrari - 4 meses 8 dias, em 1946 e 1947
7. Manuel Osório da rosa - 4 meses e 18 dias, em 1954 e 1955
8. Sereno Chaise - 5 meses e 8 dias, em 1964